terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Dicas para sua saúde no verão e festas de fim de ano


O verão é uma época propícia para o lazer, especialmente para o passeio ao ar livre, curtindo o sol e a natureza. Inicia-se oficialmente no dia 21 de dezembro, época das festas de final de ano e, para muitos, período de férias, de viajar, ir à praia ou refrescar-se numa piscina junto com os amigos.

Para aproveitar com saúde esse período de temperaturas que às vezes ultrapassam os 40ºC, é preciso observar alguns cuidados com a alimentação e hidratação.

Hidrate-se 

Durante o verão, com o aumento da temperatura ambiente, torna-se importante um cuidado maior com a hidratação do corpo, uma vez que as perdas de líquidos e de sais minerais pelo organismo são maiores do que em outras estações do ano. A transpiração excessiva, o esforço físico ou vômitos e diarréias provocados pela ingestão de alimentos contaminados ou mal conservados, podem causar um problema muito comum nesta época do ano: a desidratação.

Para evitá-la e preveni-la, é importante que as pessoas, principalmente crianças e idosos tenham uma boa alimentação e ingiram líquidos de forma regular. Além disso, durante o verão, é importante usar roupas leves, fazer exercícios físicos nos períodos mais frescos do dia (antes das 10 hs ou após às 16hs), preferir local arejado e com sombra e estar atento à seleção, conservação e a forma de preparo dos alimentos.

Em condições normais, o organismo de um adulto perde em média 2,5 litros de água/dia na forma de suor, urina, fezes e perspiração. Por isso, devemos repor essas perdas diárias com muito líquido, na forma de água pura, chás, sucos, leite, etc.

A água de coco pode ser uma excelente opção neste período de calor. Com baixo valor calórico (19 calorias/100mL), a bebida pode ser utilizada como substituto da água, para saciar a sede, e também para repor eletrólitos como sódio e potássio em casos de desidratação ou durante atividade física intensa. A água de coco tem uma composição nutricional semelhante ao soro fisiológico, por isso hidrata o organismo de forma rápida, podendo ser utilizada para repor perdas de minerais no caso de vômitos e diarréias. Hipertensos e diabéticos não podem exagerar, pois em excesso a água de coco fornece muito sódio e glicose. Para se ter uma ideia, 100ml contém 105mg de sódio.

Alimente-se corretamente

Durante o verão, é comum as temperaturas elevadas provocarem uma inibição da fome, ao contrário do inverno que aumenta o nosso apetite. Este efeito anorexígeno (inibidor da fome) induzido pelo calor, pode agir negativamente se ficamos em jejum. Por isso, a melhor forma de contornar este problema é consumir alimentos de fácil digestão, como saladas, frutas, legumes, carnes magras, tomando cuidado com os petiscos e sobremesas, geralmente muito calóricos e de difícil digestão.

Muitos alimentos apresentam a gordura em uma forma 'escondida' ou camuflada, o que ocorre com os queijos amarelos, amendoins, os salgadinhos de pacote, pastéis, calabresa e salames fatiados, patês, maioneses, chocolates e sorvetes em massa, entre outros. Uma boa opção é consumir alimentos menos calóricos e mais saudáveis, substituindo o pastel frito pelo assado, o sorvete em massa (contém gordura do leite) pelo picolé de fruta (contém suco de frutas), o chocolate pela barrinha de cereais, o amendoim pela soja torrada, a maionese por molhos à base de iogurte natural, os queijos amarelos pelos queijos brancos, etc.

Estabeleça horários 

No verão, época de férias, as pessoas costumam levantar-se mais tarde e programar atividades que fazem com que os horários das refeições não sejam seguidos rigorosamente. Se você é uma pessoa controlada, isso pode até não trazer consequências. Mas existem pessoas que quando saem do ritmo do dia-a-dia, passam a comer mais e chegam ao final das férias com quilos a mais do que quando entraram. É importante estabelecer horários para se alimentar e, do meu ponto de vista, procurar fracionar a alimentação em pelo menos 4-5 refeições, comendo menores quantidades mais vezes ao dia.

Consuma alimentos adequados em praias e clubes

Procure levar o lanche de casa, pois dificilmente você encontrará alimentos saudáveis sendo vendidos nesses locais. Geralmente os bares de praias e clubes oferecem comida muito gordurosa, com pouco valor nutritivo. Os exemplos são muitos: pastéis, porções de peixes, camarão e batatinha fritos em óleo usado por várias vezes, salgadinhos dos mais variados tipos, entre outros.

A minha sugestão é que nesses locais as pessoas façam uma alimentação leve à base de frutas, hortaliças e lanches naturais. Leve de casa frutas e legumes variados, higienizados e cortados em pedaços. Use e abuse das frutas da época: mangas, uvas, pêssegos, abacaxi, ameixas e legumes como pepino, tomate, cenoura, salsão, etc. Tanto as frutas como os legumes devem ser mantidos gelados com o auxílio de uma pequena caixinha de isopor ou bolsa térmica.

Outra dica é preparar lanches naturais. Rale cenoura, beterraba, fatie salsão e os utilize junto com ricota, queijo cottage, peito de peru ou atum. Evite o uso de maionese, dê preferência aos molhos à base de iogurtes naturais. O mesmo vale para o milho das barraquinhas de praia, que deve ser consumido sem manteiga.

Conserve os alimentos de forma adequada 

No verão, devido às temperaturas elevadas, os alimentos podem se deteriorar mais rapidamente. Por isso, ao comprar frutas, verduras e legumes verifique atentamente o seu estado geral, evitando os que estiverem amassados, batidos e manchados. O armazenamento deve ser feito logo após as compras e sob refrigeração, utilizando as gavetas inferiores para frutas e verduras e a parte superior (congelador ou freezer) para o armazenamento das carnes em geral. As carnes só devem ser conservadas em outros compartimentos da geladeira se forem consumidas no mesmo dia. Dessa forma, pode-se evitar o crescimento e o desenvolvimento de microorganismos deterioradores. O consumo de alimentos deteriorados ou mal conservados pode levar a intoxicações alimentares.

Cuidado com o excesso de álcool 

Especialmente no verão e nas festas de final de ano, devemos ficar atentos às bebidas alcoólicas que geralmente são consumidas com maior frequência, como a cerveja e a caipirinha. Além de conterem calorias extras, quando ingeridas em grandes quantidades, estas bebidas podem levar à desidratação pois o álcool "retira" a água das células, agindo como um diurético, ou seja, estimulando a formação de urina com consequente perda de água pelo organismo.

Aproveite as festas de fim de ano

Nesta época do ano muitas pessoas costumam me perguntar qual a receita ideal para resistir às delícias oferecidas neste período. Afinal, festa, com certeza é o que não falta. São festas de amigo secreto, de encerramento das aulas, de confraternização no trabalho e, ainda, as ceias de Natal e de Ano Novo. Com tanta atividade, bebida e comida gostosa, fica praticamente impossível passar incólume pelo final de ano. Afinal, quem resiste a tantas tentações?

A minha resposta para essas pessoas é para que elas aproveitem e não sejam tão rigorosas nesse período. Embora essa época do ano seja a mais indicada para fazermos projetos de vida, com certeza é a menos acertada para começarmos qualquer prática que lembre dieta ou regime. Privar-se da mesa quando ela está mais farta e enfeitada, quando todos festejam o prazer de comer, é submeter-se a um duplo castigo, que só nos deixará deprimidos, tristes e insatisfeitos. São sentimentos que mais colaboram para desequilibrar nosso organismo do que para manter uma silhueta saudável.

Aos olhos de quem se dedica à ciência da nutrição, como eu, a preocupação deve ser menos com os quilos ganhos nesses período, e mais com as práticas alimentares ao longo das semanas e meses seguintes. O equilíbrio do organismo não vai ser alterado por um deslize em uma ou outra refeição, mas sim por hábitos cotidianos que incluem o que chamamos de educação ou reeducação alimentar, ou seja, aprender o que, quanto e como comer.

Essa regra de conduta vale certamente para nossas refeições ao longo do ano, quando as comidas gordurosas, os empanados e hambúrgueres costumam sobrepor-se aos pratos de salada, legumes e peixes. O importante é que as refeições saudáveis predominem sobre as nossas eventuais recaídas. Uma feijoadinha só não vai estragar nosso verão. Assim como os excessos de fim de ano não comprometem a conduta de boa alimentação que adotamos ao longo do ano, ou que pretendemos adotar.

O organismo sabe compensar os descuidos ocasionais quando o cotidiano é mantido com alimentação balanceada. Por isso mesmo, mais uma vez afirmo que não devemos ser rigorosos demais conosco mesmo, diante da ceia de Natal e de Réveillon.

Se estivermos bem com nós mesmos, saberemos como equilibrar o prazer e o excesso. Não devemos fazer como muita gente que só enxerga na mesa farta algo de perigoso. Ou como aqueles que prometem começar regimes na segunda semana do ano. A relação com a comida deve ser a mais natural e agradável possível. Sofrimentos não fazem perder peso, apenas aumentam nossa cota de insatisfação. Por isso acredito que para aqueles que se preocupam ou pensam em adotar práticas alimentares saudáveis, a ceia do Natal e as festas de Ano Novo não representam risco algum para sua silhueta e para sua saúde. A melhor receita nesse caso é comemorar, desde que haja bom senso.

Dicas para uma ceia saudável 

Para aqueles que não abrem mão de uma ceia saudável, preparei algumas dicas e sugestões de como compor uma ceia leve, gostosa e equilibrada. Como sabemos, no Brasil, a ceia é composta basicamente por uma mistura de pratos tradicionais europeus. Acontece que nos países da Europa, o natal acontece no inverno, e aqui no Brasil em pleno verão. Por isso, os pratos europeus são mais calóricos, elaborados com carnes gordas, nozes, frutas secas, etc.

O que comer: carnes de aves (peru, frango, chester), peixes, lombo de porco magro, saladas verdes, frutas da estação (manga, pêssego, ameixa, uva, etc), legumes diversos, arroz e farofa elaborados com vegetais picadinhos (adicione frutas à farofa), sobremesas (frutas frescas, gelatinas, o tradicional Panetone - com moderação). Frutas secas (uvas passas, tâmara, ameixa, damasco) e sementes (pistache, nozes, castanha, avelã, pecan), podem ser consumidos desde que haja moderação.

O que beber: sucos naturais, chás, muita água, e até duas taças de champagne e vinho nos dias de festa.

O que evitar: carnes gordurosas (tender, leitão, costela, etc.), frituras, salgadinhos, alimentos muito condimentados, embutidos, maionese, queijos gordos (gorgonzola, provolone, cheddar, etc), massas com creme ou molhos cremosos (prefira molhos à base de tomate), creme de leite, catupiry, chantilly, refrigerantes e bebidas alcoólicas em excesso.

Para finalizar, importante salientar que depois da muito natural comilança de fim de ano, o importante é retomar logo no início do ano novo, as práticas alimentares saudáveis do dia a dia, ou seja, evitar o consumo excessivo de gorduras e carboidratos simples (açúcar, doces, pão comum, batata, arroz branco), aumentar o consumo de alimentos como frutas, hortaliças, cereais integrais, e dar preferências para carnes magras e laticínios desnatados.

(Jocelem Salgado - Profa. Titular de Vida Saudável da ESALQ/USP/Campus Piracicaba.
Autora dos livros: "Previna Doenças. Faça do Alimento o seu Medicamento" e "Pharmácia de Alimentos. Recomendações para Prevenir e Controlar Doenças", editora Madras)

Fonte: uol.com.br

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Cenoura para fortalecer unhas e cabelos

Rica em betacaroteno, a cenoura atua como antioxidante aumantando a imunidade do organismo

A cenoura, que hoje não pode faltar no nosso cardápio, é, comprovadamente, um alimento funcional, ou seja, além de ser gostosa, faz bem para a saúde. Mas essa fama não é nova. Já na Antiguidade, a raiz era considerada uma planta medicinal e, por isso mesmo, um dos ingredientes essenciais às sopas oferecidas aos doentes para ajudar na recuperação. Foi no século XIII que passou a fazer parte da alimentação cotidiana da Europa. Daí migrou para a América. As receitas com cenoura diversificaram e, por incrível que pareça apenas no século XX o consumo da raiz crua, ralada em saladas, se popularizou. Estudos apontam que cozinhar o vegetal em água sem pressão é o melhor método para reduzir as perdas de betacaroteno e nutrientes.

O betacaroteno

É um precursor da vitamina A encontrado em vários vegetais, como cenoura, abóbora, manga, melão e pêssego. A conversão de betacaroteno em vitamina A é realizada na parede do intestino delgado. Ele tem um importante papel na prevenção de doenças, pois atua como antioxidante (neutraliza os radicais livres) aumentando a imunidade. Também funciona como componente dos pigmentos visuais responsáveis pela recepção de luz na retina dos olhos (auxilia a visão noturna) e proporciona elasticidade à pele, brilho aos cabelos, fortalece as unhas e atua no metabolismo das gorduras.

Quanto comer para se beneficiar


A Organização Mundial da Saúde (OMS) indica o consumo de 3 a 5 porções de verduras e legumes por dia. Essas porções podem ser medidas com 1 xícara de legume cru ou 1/2 xícara de legume cozido. Entre elas, a cenoura é uma que não pode faltar. Uma pessoa adulta precisa consumir 250 g de cenoura, cozida ou crua, por semana para atingir a quantidade de vitamina A necessária ao seu organismo. Isso equivale a duas cenouras médias por semana.

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

O que você precisa saber sobre a verminose

Crédito: Tsomka

O que é?

Verminose é uma infecção intestinal provocada por agentes específicos, conhecidos como parasitas, especialmente endoparsitas (parasitas que habitam o interior do organismo do hospedeiro). Esta é uma doença frequente e de difícil controle por parte dos órgãos públicos, que acomete humanos e também animais.

Afeta adultos e crianças, de todas as idades, ambos os sexos e todas as classes sociais. Suas consequências podem resultar em prejuízos à saúde do paciente, podendo levar a óbito.

Contaminação

A contaminação ocorre de diversas formas, mas a mais comum é por meio da ingestão de alimentos ou água contaminada ou através da pele quando há pequenos ferimentos.

Sintomas

Os sintomas mais comumente encontrados nos casos de verminose são: cólicas abdominais, enjôo, mudança do apetite, falta de disposição, fraqueza, diarreia, vômito, perda de peso, anemia, febre e problemas respiratórios.

A principal conseqüência da verminose é a desidratação, resultante da diarreia e do vômito, que ocorrem nas fases agudas da doença. Existem outros problemas decorrentes dessa doença, como obstrução intestinal, retardo do desenvolvimento físico, comprometimento do comportamento na infância, e anemia progressivamente mais grave.

Tipos

Os tipos de verminoses mais frequentes são: Ascaridíase, vulgarmente conhecida como lombriga; Teníase, chamada popularmente de solitária; Oxiuríase; Tricuríase; Ancilostomíase, conhecida como amarelão; Outras menos freqüentes: estrongiloidíase, giardíase e esquistossomose.

Prevenção e tratamento

A prevenção ainda é a melhor forma de proteger a saúde contra as verminoses, e pode ser feita através da adoção de medidas simples, como:
Lavar bem as mãos sempre que usar o banheiro e também antes das refeições;
Beber apenas água filtrada ou fervida;
Lavar bem os alimentos antes do preparo, especialmente quando foram consumidos crus;
Andar sempre calçado;
Comer apenas carne bem passada;
Comer apenas em locais limpos;
Realizar exames parasitológicos e tomar vermífugos regularmente;
O tratamento é feito com fármacos antiparasitários específicos para o parasita em questão.

A comunidade também deve fazer o seu papel, por meio da educação sanitária, proibindo a utilização de fezes humanas como adubos, fornecendo saneamento básico para toda população, além de moradias compatíveis com uma vida saudável.

Fonte: infoescola.com

terça-feira, 8 de novembro de 2016

Novembro Azul: câncer de próstata é a segunda doença que mais mata homens no mundo



O câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens no Brasil e é de olho principalmente em quem não se cuida que a campanha Novembro Azul está nas ruas. Novembro é azul mas deveria ser o ano todo. Afinal, a campanha chama a atenção para a prevenção do câncer de próstata, a segunda doença que mais mata homens no mundo.

No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima em 61 mil novos casos só esse ano. Antes uma doença de idosos, hoje esse tumor maligno atinge homens cada vez mais jovens.
Como qualquer câncer, quando detectado no início, a chance de cura é maior. Mas quando ele se espalha, o estrago costuma ser irreversível.

“O diagnóstico precoce permite para a gente, um grande leque de opções de terapia, que pode ser desde simplesmente acompanhar, observar esses doentes sem precisar fazer algum tratamento. Evitando as complicações das terapias mais agressivas, até nos casos de alto risco, a cirurgia e a radioterapia que sao os tratamentos consagrados”, contou o diretor de urologia do hospital Ac Camargo, Gustavo Guimarães.

Muitos homens ainda têm dúvida sobre qual é o exame mais eficiente para detectar a doença, se o de sangue - conhecido como PSA - ou o exame do toque. Quem responde é a estatística. Se o paciente faz apenas um desses exames, a chance de falha no diagnóstico é de 20% no PSA e de 40% no exame de toque. Mas quando os dois são feitos ao mesmo tempo, o índice de falha no diagnóstico cai para 8%.

“Os exames devem ser feitos a partir dos 45 anos de idade, mas quem tem história familiar tende a ter tumores de forma mais precoce e quem tem, portanto, um pai ou um irmão com câncer de próstata, o primeiro exame deve ser feito após os 40 anos de idade”, explicou Miguel Srougi, professor de urologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

Fonte: g1.globo.com

terça-feira, 25 de outubro de 2016

Saúde bucal vai além da escovação dos dentes



A boca é a porta de entrada para vários males e a cárie é considerada a doença crônica mais comum do mundo. A estimativa é que cerca de cinco bilhões de pessoas, isto é, 88% da população mundial apresente o problema, considerado uma epidemia. Mas é claro que dá para se prevenir com medidas simples, como visitar o dentista de tempos e tempos, e não só nos momentos de urgência.

O que provoca o início da cárie é o acúmulo de placa bacteriana ou biofilme oral sobre a superfície dos dentes. "Tal placa nada mais é do que uma película rica em micro-organismos, que apresenta um meio propício ao aparecimento do problema. Ele se desenvolverá rapidamente na presença de outros fatores, como uma dieta desequilibrada e rica em açúcares, capaz de favorecer a manutenção de um pH ácido sobre a superfície, desencadeando desequilíbrios que provocarão a perda de minerais (cálcio e fosfato) do esmalte dental", explica Hugo Roberto Lewgoy, membro da Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas (APCD) e da International Association for Dental Research (IADR).

É importante frisar que uma higienização oral adequada, com escovação, utilização de escova interdental e uso do fio dental, auxilia no combate à formação da placa bacteriana, conforme explica Fábio Luiz Munhoz, cirurgião-dentista com mestrado em Implantodontia pela Universidade Santo Amaro e doutorado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Depois das refeições

Há uma corrente entre os dentistas que afirma que devemos esperar, no mínimo, 30 minutos para escovar os dentes após as refeições. "Este é o tempo necessário para que a saliva possa agir e neutralizar o pH dos alimentos e das bebidas", diz Lewgoy.

A saliva, é bom frisar, tem um papel importante na fisiologia de remineralização do esmalte dental. Durante as refeições, o pH oral fica ácido e ocorre um aumento da perda mineral.

Por exemplo, itens como café, vinho, refrigerante e suco de laranja têm pH inferior a 5,0. Portanto, são ácidos e causam a chamada erosão ácida, com dissolução da estrutura dental (provocam a perda de íons cálcio e fosfato). Na realidade, praticamente todos os alimentos, molhos, condimentos e bebidas apresentem pH ácido.

O também cirurgião-dentista José Luiz Lucarelli, formado pela Faculdade de Odontologia de Bauru, especialista em Periodontia e mestrado em Laser pala pela USP, membro da Academia Americana de Cosmética Oral e da Sociedade Brasileira de Odontologia Estética, tem outra opinião. "Se esperar 30 minutos, a placa já estará formada, e será mais difícil removê-la."

Como vemos, há duas correntes, a que defende escovar após meia-hora e a que sustenta escovar logo depois de comer. Vale, então, seguir as orientações do seu profissional de confiança.

A importância da escovação

A uma forma ideal de escovação dos dentes? A "técnica de Bass", por exemplo, recomenda que a escova seja apoiada suavemente sobre a superfície dos dentes em um ângulo de 45 graus, com a metade das cerdas recobrindo a superfície dental e a outra metade envolvendo a gengiva. Sem pressionar a cabeça da escova de forma exagerada, deve-se realizar movimentos vibratórios circulares durante aproximadamente cinco segundos em cada uma das superfícies dos dentes.

É fundamental seguir uma sequência contínua, dente a dente, para não esquecer nenhuma parte ou possível nicho de retenção de placa bacteriana. As cerdas devem penetrar suavemente no sulco gengival e limpar com perfeição o contorno ou a margem dental.

A frequência exagerada de escovação, principalmente com a utilização de escovas duras e cremes dentais abrasivos, provoca, com o tempo, a abrasão do esmalte dental e a retração gengival. "O hábito de escovar os dentes é fundamental, porém uma higiene excessiva pode acabar prejudicando, ao invés de ajudar. Quando falamos na escovação, o importante é a qualidade e não a quantidade. É melhor fazê-lo um número menor de vezes – de duas a três, por exemplo –, mas sempre com a técnica correta e emprego de uma escova nova e adequada", salienta Lewgoy.

Ele afirma também que não adianta escovar os dentes várias vezes por dia, mas por tempo insuficiente para a boa higiene. "Uma escovação bem realizada demora cerca de dez minutos. Então, é melhor fazê-lo duas ou três vezes, dedicando-se de verdade, do que cinco ou seis demorando apenas um ou dois minutos. O importante é conseguir desorganizar o biofilme oral (placa bacteriana) de todos os nichos possíveis nas superfícies dentais, de forma eficaz e sem provocar traumatismos."

Vale lembrar a importância das escovas interdentais cuja função é higienizar a área entre os dentes, conhecida como região proximal, local côncavo que as escovas convencionais não conseguem acessar. E é importante escolher uma interdental de boa qualidade, pois deve haver uma relação adequada entre o diâmetro de inserção ou acesso da região proximal (diâmetro do fio) e o diâmetro de efetividade (diâmetro de limpeza). Por isso, vale pedir orientação do dentista.

Troca da escova

Segundo Lewgoy, o consumo de escovas dentais no Brasil é muito baixo: a média per capita de troca gira em torno de uma escova a cada um ano e meio. Em alguns locais distantes dos centros urbanos, esta estimativa é ainda pior, chegando a uma escova a cada dois anos e meio e, muitas vezes, famílias inteiras compartilham a mesma.

"Em países desenvolvidos e que conseguiram erradicar as doenças orais, o consumo chega a 12 escovas por ano por habitante, ou seja, uma escova por mês. O ideal seria trocar a escova mensalmente, mantendo a mesma com a máxima efetividade. Dessa forma, a escovação será sempre realizada sem o emprego de força exagerada – já que, quando as cerdas vão perdendo eficiência, aumentamos a carga."

Já o cirurgião-dentista Fábio Munhoz lembra que escovas com cerdas macias são as melhores e mais adequadas para limpar os dentes e as gengivas de modo delicado e eficiente, enquanto as duras originam retração da gengiva e desgaste do esmalte dental. Lewgoy concorda e acrescenta que o ideal é utilizar uma escova ultramacia com uma grande quantidade de cerdas. A cabeça deve ser pequena e o cabo liso e flexível, possibilitando o alcance de regiões de difícil acesso, evitando a retenção de sujidades e permitindo uma higienização suave.

"Imagine duas pessoas limpando um chão de madeira brilhante, uma utilizando um escovão de jardim e outra uma escova de pelos. No primeiro caso, é possível que a limpeza não ficasse perfeita e o piso ainda ganhasse riscos e uma superfície fosca. O mesmo acontece com os dentes. Há escovas supermacias com mais de cinco mil cerdas, e estas são as ideais", conta Lewgoy

A língua também

Fábio Munhoz lembra que as línguas apresentam retenções – fissuras – que podem alojar bactérias e placa bacteriana. Portanto, devem ser escovadas também e, para isso, o melhor é usar um raspador de língua.

Lewgoy acrescenta: "Na grande maioria dos casos, o mau hálito, ou halitose, tem origem na própria boca, principalmente na região da língua, que é um músculo revestido por papilas gustativas onde se forma um tipo de placa bacteriana denominada saburra lingual. A saburra é um material viscoso e esbranquiçado ou amarelado, que fica aderido ao dorso da língua, principalmente no terço posterior. É ali que se acumulam restos de alimentos e células que descamam do epitélio lingual e, pior, funcionam como meio de cultura para as bactérias existentes na cavidade oral. Com a fermentação dos resíduos, ocorre a liberação de substâncias ricas em enxofre, responsáveis pelo odor característico do mau hálito"

Ele frisa que a falta de higienização da língua (levando à formação de saburra) é a principal causa da halitose. As escovas dentais não foram desenhadas para a remoção dessa saburra, pois a cabeça e as cerdas provocam ânsia e o estímulo do vômito. Além disso, as cerdas ficam contaminadas pela saburra, o que facilita a proliferação dos microrganismos.

Assim, o processo de higienização oral não deve se limitar apenas ao hábito de escovar os dentes. A utilização de raspadores plásticos do tipo CTC para a língua é imprescindível. Eles devem ser empregados diariamente.

Fonte: uol.com.br

terça-feira, 11 de outubro de 2016

Outubro Rosa: a importância da prevenção e detecção precoce do câncer de mama


O câncer de mama pode ser detectado em fases iniciais, em grande parte dos casos, aumentando assim as chances de tratamento e cura.

Todas as mulheres, independentemente da idade, podem conhecer seu corpo para saber o que é e o que não é normal em suas mamas. É importante que as mulheres observem suas mamas sempre que se sentirem confortáveis para tal (seja no banho, no momento da troca de roupa ou em outra situação do cotidiano), sem técnica específica, valorizando a descoberta casual de pequenas alterações mamárias. A maior parte dos cânceres de mama é descoberta pelas próprias mulheres.

Além de estar atenta ao próprio corpo, também é recomendado que mulheres de 50 a 69 anos façam uma mamografia de rastreamento (quando não há sinais nem sintomas) a cada dois anos. Esse exame pode ajudar a identificar o câncer antes do surgimento dos sintomas.

Mamografia é uma radiografia das mamas feita por um equipamento de raios X chamado mamógrafo, capaz de identificar alterações suspeitas.

Mulheres com risco elevado para câncer de mama devem conversar com o seu médico para avaliação do risco para decidir a conduta a ser adotada.

Riscos e benefícios da mamografia de rastreamento

No Brasil, a recomendação do Ministério da Saúde é a realização da mamografia de rastreamento(quando não há sinais nem sintomas) em mulheres de 50 a 69 anos, uma vez a cada dois anos.

A mamografia de rastreamento pode ajudar a reduzir a mortalidade por câncer de mama, mas também expõe a mulher a alguns riscos. Conheça os principais riscos e benefícios:

Benefícios:

Encontrar o câncer no início e permitir um tratamento menos agressivo.
Menor chance de a paciente morrer por câncer de mama, em função do tratamento precoce.

Riscos:

Suspeita de câncer de mama. Isso requer outros exames, sem que se confirme a doença. Esse alarme falso (resultado falso positivo) gera ansiedade e estresse.
Câncer existente, mas resultado normal (resultado falso negativo). Esse erro gera falsa segurança à mulher.

Ser diagnosticada e submetida a tratamento, com cirurgia (retirada parcial ou total da mama), quimioterapia e/ou radioterapia, de um câncer que não ameaçaria a vida. Isso ocorre em virtude do crescimento lento de certos tipos de câncer de mama.

Exposição aos Raios X. Raramente causa câncer, mas há um discreto aumento do risco quanto mais frequente é a exposição.




Mamografia diagnóstica

A mamografia diagnóstica, assim como outros exames complementares com finalidade de investigação de lesões suspeitas da mama, pode ser solicitada em qualquer idade, a critério médico. Ainda assim, a mamografia diagnóstica geralmente não é solicitada em mulheres jovens, pois nessa idade as mamas são mais densas e o exame apresenta muitos resultados incorretos.

O SUS oferece exame de mamografia para todas as idades, quando há indicação médica.


Sinais e sintomas

Os principais sinais e sintomas do câncer de mama são:
Caroço (nódulo) fixo, endurecido e, geralmente, indolor;
Pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja;
Alterações no bico do peito (mamilo);
Pequenos nódulos na região embaixo dos braços (axilas) ou no pescoço;
Saída espontânea de líquido dos mamilos

Ao identificarem alterações persistentes nas mamas, as mulheres devem procurar imediatamente um serviço para avaliação diagnóstica. No entanto, tais alterações podem não ser câncer de mama.


Câncer de mama - fatores de risco


Não existe uma causa única para o câncer de mama, que é mais comum em mulheres (apenas 1% dos casos são diagnosticados em homens) e tem na idade um dos mais importantes fatores de risco para a doença. Cerca de quatro em cada cinco casos ocorrem após os 50 anos. O câncer de mama de caráter genético/hereditário corresponde a apenas 5% a 10% do total de casos da doença. Diversos fatores estão relacionados ao câncer de mama:

Fatores ambientais e comportamentais:

Obesidade e sobrepeso após a menopausa;
Sedentarismo (não fazer exercícios);
Consumo de bebida alcoólica;
Exposição frequente a radiações ionizantes (Raios-X).

Fatores da história reprodutiva e hormonal:

Primeira menstruação (menarca) antes de 12 anos;
Não ter tido filhos;
Primeira gravidez após os 30 anos;
Não ter amamentado;
Parar de menstruar (menopausa) após os 55 anos;
Uso de contraceptivos hormonais (estrogênio-progesterona);
Ter feito reposição hormonal pós-menopausa, principalmente por mais de cinco anos.

Fatores genéticos e hereditários*:

História familiar de câncer de ovário;
Vários casos de câncer de mama na família, principalmente antes dos 50 anos;
História familiar de câncer de mama em homens;
Alteração genética, especialmente nos genes BRCA1 e BRCA2.

*A mulher que possui um ou mais desses fatores genéticos/ hereditários é considerada com risco elevado para desenvolver câncer de mama.

Fonte: inca.gov.br